Por Diego Barone
Quando você pensa que um filme de Star Wars já não tem Força para inovar e surpreender, eis que a esperança é despertada e a nave decola mais uma vez, rumo ao embate inevitável entre a luz e o lado negro da Força.
Logo nas famosas letras amarelas iniciais da abertura de Star Wars, Episódio VIII, Os Últimos Jedi, descobrimos que as coisas não vão bem para a República e sua Resistência.
Algo que fica claro no início, onde o espectador parece estar no lugar do dróide BB-8 a bordo da nave X-Wing preta do personagem Poe Dameron (Oscar Isaac).
Uma batalha desse porte, no começo, não é muito comum de se ver em um filme de Star Wars. E isso só aumenta o impacto inicial e o desejo de ver o que vem à seguir.
E não há tempo para respirar…
Tempo, aliás, é algo que uma das protagonistas, Rey (Daisy Ridley), não tem! O desenrolar deste encontro tão esperado entre Rey e o icônico Jedi da franquia, Luke Skywalker, permeita todo o filme.
Angustiado, Luke (Mark Hamill) vive uma dor profunda e não será fácil lidar com ele. Mas, vemos aí as duas estradas que precisam se juntar para que a Primeira Ordem não seja vitoriosa. Se Rey, por um lado é a Força que despertou, Luke, por outro é a esperança. Esperança que o envolve desde o Episódio IV.
Luke é alvo do líder Supremo Snoke, que só conseguirá dominar a galáxia por completo se acabar com o último Jedi.
Nessa busca por Luke, o vilão Kylo Ren (Adam Driver) vai além de seus próprios limites -, até porque o domínio de Snoke está cada vez mais forte em sua mente e ele vive um conflito muito intenso.
A saudosa atriz Carrie Fisher, a eterna Princesa Leia, ganha muito mais espaço neste novo episódio e vive momentos de arrancar suspiros do público.
É impossível não pensar que a atriz não está mais entre nós (Carrie Fisher morreu no dia 27 de dezembro de 2016) e isso só deixa a trama ainda mais profunda. É um “fechar de cortinas” digno para ela.
O novo herói Poe Dameron está cada vez mais impulsivo e Finn (John Boyega) ainda mais altruísta – , personagens apresentados no Despertar da Força.
Entre os novos rostos da saga, destaque para Benício Del Toro e sua cara de deboche inconfundível.
Na fotografia, mais elogios: o longa capricha nos novos planetas, criaturas e naves nunca antes vistas. Isso sem contar uma aparição surpresa (que ninguém merece saber agora) e um pouquinho de Brasil na trilha sonora.
Os mais atentos vão reconhecer em determinado momento, nossa Aquarela do Brasil de Ary Barroso.
Mas, quem merece todos os elogios e lágrimas é Mark Hamill. Em sua melhor atuação em toda a saga, ele traz de volta o nosso velho e querido Luke Skywalker marcado pelos anos e decepções. Rabugento, irônico e mal humorado, ele também é acolhedor, determinado e emotivo. Esse é o filme dele, o seu legado digno de um Jedi.
Star Wars: Os Últimos Jedi poderia ter uma edição melhor. Em diversos momentos, as cenas poderiam ser mais diretas e parece que o filme perde um pouco do foco da história principal.
É claro que esse fato não tira o brilho de um longa grandioso, imprevisível, emocionante e que consegue entregar um ótimo enredo para o Episódio IX -, ao mesmo tempo em que abre os horizontes para uma galáxia que parece estar muito distante de ser explorada totalmente. Ou seja: que venham os próximos filmes!
Star Wars: Os Últimos Jedi estreia nessa quinta-feira, dia 15, nos cinemas -, e é um dos filmes mais aguardados do ano.