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“Jogos Vorazes”: novo filme apresenta história de Snow e se consagra como o melhor da franquia

Longa, estrelado por Tom Blyth, Rachel Zegles e Viola Davis, já está em cartaz nos cinemas
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
Foto: Reprodução/Paris Filmes

Após oito anos do fim de “Jogos Vorazes” nas telonas do cinema, a produção “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” chegou aos cinemas nesta semana e trouxe mais um capítulo da saga tão amada mundialmente. Desta vez, no entanto, o longa se passa 64 anos antes dos acontecimentos da trilogia original, ou seja, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) ainda está longe de aparecer na história.

Assim, o grande protagonista da vez é Coriolanus Snow, também conhecido apenas como Snow, que, mais tarde, se torna o presidente tirano de Panem, sendo, como os fãs da história bem sabem, o grande vilão da narrativa. 

O novo filme, portanto, mostra como o personagem, interpretado por Tom Blyth, se tornou a pessoa fria, autoritária e manipuladora que conhecemos na sequência original. Diferente dos outros filmes, no entanto, o foco não é nos Jogos Vorazes em si, e muito menos nos vitoriosos, mas sim nele.

ENREDO

No início do filme, que conta com quase três horas de duração, é possível ver o pequeno Snow durante a rebelião dos distritos contra a Capital, que, como adiantado nos filmes anteriores, causou uma guerra civil, originando os Jogos Vorazes como forma de punição aos distritos.

Na infância, e durante essa mesma guerra, Snow também perde o seu pai, que era um importante general militar na Capital, e sua mãe, a qual estava grávida e morreu durante o parto da irmã de Snow, que também não sobreviveu. Assim, Coryo foi criado pela sua avó, juntamente com sua prima, Tigris, que, inclusive, aparece no último filme da saga original, mas, até então, não sabíamos o seu parentesco com Snow.

Após a guerra, os Snows, que antes, como a maioria das famílias na Capital, não passavam dificuldade, foram à falência. A família, portanto, passou a se preocupar em não ter comida o suficiente e com o medo de serem despejados por não conseguirem pagar o aluguel de onde moravam.

Enquanto isso, Snow, assim como outros herdeiros das famílias mais ricas e poderosas da Capital, frequenta a Academia, uma escola secundária, na qual os estudantes permanecem por quatro anos letivos. Como um dos alunos mais esforçados e exemplares, Snow tem a esperança de receber o prêmio Plinth, uma espécie de recompensa em dinheiro para o melhor aluno, e ajudar a situação financeira da sua família. 

No entanto, o filme se passa durante a 10ª edição dos Jogos Vorazes e, para fazer algo especial e atrair maior atenção do público, aumentando a audiência das transmissões ao vivo, Casca Highbottom (Peter Dinklage), o reitor da Academia e responsável pela criação dos jogos, e a Doutora Volumnia Gaul (Viola Davis), uma cientista especializada em táticas de guerra e idealizadora-chefe dos jogos naquele ano, decidem que o prêmio Plinth será entregue para o melhor mentor da competição.

Viola Davis e Peter Dinklage
Foto: Reprodução/Paris Filmes

Como conhecemos nos filmes originais, o mentor, como Haymitch Abernathy (Woody Harrelson), deve orientar o tributo designado a ele durante toda a sua participação nos Jogos Vorazes.

Assim, ele precisa elaborar estratégias de como o seu tributo pode sobreviver aos perigos da Arena e derrotar outros competidores, além de pensar como o jogador deve se destacar entre os demais. Tudo isso na tentativa de cativar o público, que pode mandar doações aos seus jogadores favoritos, as quais podem ser convertidas em mantimentos, como água, comida e remédios, que auxiliam o tributo na disputa.

Portanto, como mostrado nos filmes anteriores, é importante que os tributos sejam “gostáveis” aos olhos do público, principalmente dos residentes ricos e poderosos da própria Capital.

O trabalho de vocês é transformar essas crianças em espetáculos, não sobreviventes.” – Casca Highbottom

Dessa forma, Snow é designado para ser o mentor de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler), uma jovem que, assim como Katniss, é do Distrito 12, o mais fraco e pobre de todos. Assim, quando o nome dela é anunciado, Coriolanus logo se mostra frustrado, pensando que ela nunca seria capaz de ganhar a competição.

Apesar disso, Lucy se mostra cativante logo após a Colheita, cantando uma canção, composta por ela mesma, e se torna a queridinha do público com seu carisma e personalidade. Ao longo do filme, os dois também acabam se envolvendo e se apaixonando, vivendo um romance proibido e fadado ao desastre.

Tom Blyth e Rachel Zegler
Foto: Reprodução/Paris Filmes

VALE A PENA? – CRÍTICA

Sim. Na minha opinião, e falo como alguém que cresceu acompanhando a saga, esse é, sem dúvidas, o melhor filme de “Jogos Vorazes”. Diferente das outras adaptações, essa não é focada nas competições entre os tributos, e muito menos no romance, mas sim na história de Snow e em seu passado.

Ao longo do filme, é possível ver como ele se tornou quem conhecemos 64 anos depois, e não há uma romantização disso, muito pelo contrário. A maldade e a manipulação presentes em Snow são escancaradas. Até mesmo nos momentos em que ele parece preocupado com Lucy, ou apaixonado por ela, podemos ver que, na verdade, Snow está preocupado apenas com si mesmo e sua ascensão ao poder, mostrando que ele é capaz de qualquer coisa para manter o seu nome no topo.

Conheço toda a depravação, enganação e crueldade da elite mimada da Capital. Mas os maiores segredos são sobre o nosso caro Coriolanus Snow. Chegou ao poder jovem, e foi inteligente para mantê-lo. Como, poderiam me perguntar, ele fez isso? Uma palavra: veneno. Ele sufocou cada motim antes mesmo que começasse. Há muitas mortes misteriosas de adversários, mesmo de aliados, que eram uma ameaça. Snow bebia do mesmo copo, para evitar suspeitas, mas os antídotos nem sempre funcionam. Por isso, ele usa rosas que exalam perfume, elas disfarçam o cheiro de sangue de feridas na boca que não saram, mas não pode esconder a sua verdadeira essência. Ele mata sem compaixão. Ele governa com mentiras e medo.  Sua arma preferida é a única adequada para um homem assim. Veneno. A arma perfeita para uma serpente.” – Finnick Odair

Tom Blyth e Donald Sutherland
Foto: Reprodução/Paris Filmes

Além do enredo bem construído, outro destaque vai para os atores, que, especialmente Viola Davis e Rachel Zegler, também fizeram um ótimo trabalho. É válido falar ainda sobre a ambientação do longa, mostrando o estado dos Distritos e da Capital após a Rebelião, algo que se assemelha à uma Alemanha pós Segunda Guerra Mundial e durante a ascensão do nazismo, respectivamente.

Vale ressaltar também a forma como eles foram capazes de trazer diversos aspectos dos filmes anteriores, mas sem deixar algo clichê ou tedioso. Assim, a origem de tecnologias presentes na trilogia original, como os pássaros que repetem o que foi escutado e os balõezinhos que levam os mantimentos aos tributos na Arena, é apresentada na prequela. 

Outro fator significativo presente no filme é a origem da música “Hanging Tree”, cantada por Katniss Everdeen no filme “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1”. No novo longa, conhecemos a história por trás da canção que, na verdade, foi composta pela própria Lucy Gray. Na verdade, a trilha sonora do filme como um todo também tem um papel importante na narrativa, sendo evidenciada toda vez que Lucy Gray canta sobre as situações em que é colocada e seus sentimentos. 

Portanto, “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, mesmo sem Jennifer Lawrence, traz o melhor da franquia de volta, sabendo, ainda, explorar outros focos da história que cativou milhares de pessoas ao redor do mundo.

Assista ao trailer do filme:

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