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Chester Bennington, o artista que sempre mostrou seu lado humano

Por Ana Beatriz Felicio

Sensação de indiferença, problemas com relacionamento, família, amigos e um milhão de dúvidas. Se você foi adolescente na década de 2000 provavelmente teve o vocal de Chester Bennington do Linkin Park embalando muitos desses sentimentos. E mesmo se não foi, provavelmente já se pegou cantarolando algo da banda. Até porque o cara se consagrou como um dos nomes mais marcantes do rock nos últimos tempos.

E quem escuta tamanha explosão vocal nem imagina que o primeiro instrumento que o Chester aprendeu a tocar na vida tenha sido um piano! Foi num quarto qualquer no Texas, Estados Unidos, ouvindo por influencia do irmão mais velho, bandas como Rush e The Doors, que o cantor começou a construir sua identidade musical.

Chester Bennington nasceu em Phoenix, no Arizona e passou por momentos difíceis quando ainda era jovem. A separação dos pais fez com que fosse morar no Texas com a mãe e, além disso, o cantor confessou ter sido abusado sexualmente por um “amigo” mais velho quando ainda era criança, o que o levou a uma adolescência conturbada e o escape para as drogas.

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Com certeza esses fatores deixaram marcas profundas na personalidade do artista. Mas aos 20 anos, Chester conheceu Samantha, por quem se apaixonou e decidiu abandonar os vícios para construir uma família. Os dois se casaram e tiveram um filho chamado Draven. O engraçado é que na hora do pedido de casamento, o cara não tinha grana para aliança, mas deu um jeito criativo: pediu pra um amigo tatuador fazer o desenho dos anéis nos dedos dos dois sem pagar nada! Simples!

Já na vida artística, algo que pouca gente sabe é que primeiro o cara queria ser ator, fazendo alguns trabalhos durante o Ensino Médio. Mas logo se voltou para música. A primeira banda do Chester foi o “Grey Daze”, na qual era vocalista e chegou a gravar dois álbuns. Até que um belo dia recebeu a ligação de um amigo que o apresentou aos caras da banda “Xero”. Depois de uma demo com vocais gravadas, o Chester virou o novo integrante da banda, que um tempo depois veio a se chamar “Hybrid Theory”.

Mas os meninos tiveram outra surpresa quando descobriram que já havia um grupo que se chamava assim! E adivinha de quem veio a ideia pro nome que seria mundialmente famoso anos mais tarde? Pois é, todos os dias depois do ensaio, o Chester passava por um local chamado “Lincoln Park” e é daí que veio a ideia de “Linkin Park”.

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E no vocal da banda foram 7 álbuns de estúdio, 2 Grammys Awards e inúmeros sucessos como o clássico “Numb”, 13ª faixa do álbum “Meteora”, de 2003.

O relacionamento com a primeira esposa não deu certo e Chester acabou tendo um filho chamado Jamie com outra namorada até que conheceu Talinda Bentley, com quem se casou novamente, ficando até o final da vida. Teve mais três filhos biológicos e um adotado, tornando-se assim pai de 6 crianças.

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O Linkin Park sempre foi a banda principal do Chester, mas houve projetos paralelos durante a carreira. Em 2005 o cara anunciou o lançamento da bandaDead by Sunrise”. A ideia surgiu quando o cantor estava escrevendo músicas para o álbum do Linkin Park, “Minutes to Midnight” e começou a achar as letras muito sombrias e pesadas, decidindo formar uma nova banda ao invés de mudar o estilo do LP.

Devido ao início da vida artística como ator, o cara chegou a participar de alguns filmes como “Adrenalina” e “Jogos Mortais – O Final”.

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Em 2013, Chester assumiu também os vocais da banda norte-americana “Stone Temple Pilots”, com a qual ficou dois anos e meio, até decidir abandonar, por falta de tempo.

Vale lembrar que a Mix sempre teve uma relação especial com o Linkin Park. Em 2017 rolou por aqui a promoção “No palco do Linkin Park”, na qual a ganhadora Daniela Jenifer de Souza assistiu ao show num lugar privilegiado e ainda conheceu a banda. Olha só:

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O último trabalho do cantor com o Linkin Park foi o álbum “One More Light”, lançado em 19 de maio de 2017. No dia 20 de julho do mesmo ano o mundo recebeu a notícia de que Chester Bennington havia sido encontrado morto em sua casa, na Califórnia. A causa da morte teria sido suicídio por enforcamento. Coincidentemente, algumas horas antes o Linkin Park havia lançado no YouTube o clipe para o novo single “Talking To Myself”.

Nesta mesma data, um dos grandes amigos do Chester, Chris Cornell, ex-vocalista do Soundgarden, comemoraria aniversário, mas o cara também se suicidou com uma corda no pescoço meses antes, do mesmo ano.

Depois do ocorrido o site do Linkin Park foi atualizado com uma mensagem emocionante ao cantorSua ausência deixa um vazio que nunca pode ser preenchido – uma voz barulhenta, divertida, ambiciosa, criativa, gentil e generosa no quarto está faltando”, diz um trecho dela. Além disso, o portal se transformou numa espécie de memorial ao cantor, além de um suporte ao suicídio, com telefones de ajuda.

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Muito além das 70 milhões de cópias vendidas em álbuns do “Linkin Park” pelo mundo, ou da voz que marcou uma geração, fica no coração de milhares de fãs e admiradores a mensagem de amor que o Chester sempre passou. Talvez a identificação tenha sido tão intensa porque o cara nunca buscou esconder seu lado humano, pelo contrário, sempre disse que tinha problemas, assim como todo mundo e tentava externa-los através das canções.

A forma trágica de sua morte nunca apagará uma vida inteira dedicada à arte e suas canções resistirão ao tempo e permanecerão no coração de todos nós.

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