Você pode até não gostar de Sandy e Junior e torcer o nariz para o som da dupla, mas não pode negar a importância dos irmãos na música brasileira. Com talento de sobra, hits que marcaram uma geração e muito carisma, é inegável que Sandy e Junior é um fenômeno.
Prova disso foi o que aconteceu no primeiro show dos irmãos em São Paulo, com a nova turnê “Nossa História” – , uma sequência de shows em comemoração aos 30 anos de formação da dupla.
Os irmãos se apresentaram para 45 mil fãs apaixonados que lotaram todos os setores do Allianz Parque. Fãs, aliás, em sua maioria, mais maduros e na faixa dos trinta e poucos anos. Fãs que cresceram junto com os filhos de Xororó. Esses mesmos fãs tiveram a infância e a adolescência embalada por tudo o que a dupla produzia e fazia. São milhares de seguidores que se inspiravam na Sandy, tanto no estilo como no comportamento da cantora; ou fãs que se derretiam por Junior – , que foi o primeiro “crush” (como se diz hoje em dia) de muitas garotas.
Mas, no ano de 2007, os irmãos se separaram logo depois de gravar um CD Acústico, e deixaram muita saudade nos palcos. Junior seguiu seus projetos pessoais, na música, na fotografia e no Youtube; e Sandy iniciou uma sólida carreira solo. A vida pessoal dos irmãos também mudou, é claro. Eles se casaram e tiveram filhos…
De tempos em tempos surgia um ou outro rumor de que a dupla voltaria. Mas, tudo não passava de boatos. Eis que chega o ano de 2019, e com ele o anúncio que muitos torceram por anos: os irmãos iriam se reunir novamente.
E é toda essa trajetória que fez com o que show desse sábado (24), no Allianz Parque, se tornasse um evento histórico.
Às 20h30, os telões do palco se apagaram e surgiu um relógio com contagem regressiva, para o delírio e gritaria de fãs que voltaram a ser adolescentes, com suas faixas na cabeça, trazendo os nomes dos irmãos. O palco é enorme, uma grande estrutura que não fica atrás das produções internacionais que se apresentam por aqui. Destaque também para a banda megatalentosa dos irmãos. Aliás, muitos desses músicos já trabalharam por anos e anos com a dupla.
Com muita festa da plateia, os irmãos são recebidos e já sobem ao palco cantando a primeira música: “Não dá pra não pensar” e emendaram com “Nada vai me sufocar” – que teve solo de guitarra do Junior.
Visivelmente emocionados, Sandy falou sobre o sonho de tocar no Allianz Parque. A cantora disse que assistiu inúmeros shows no estádio, e que jamais se imaginou cantando ali novamente ao lado do irmão.
Entre um sucesso e outro, os irmãos explicavam um pouco sobre como foi organizar e montar o show da turnê “Nossa História”. Sandy falou sobre o desafio de escolher o repertório.
“Vamos combinar que são 17 anos pra cantar em apenas duas horas de show. E passar por todas as fases da carreira.”
Rolaram as músicas: “No fundo do coração”, “Estranho jeito de amar” e “Olha o que o amor me faz”.
Em seguida, os irmãos tocaram “Lover Never Fails”, um hit cantado em inglês, lançado em 2002 e que faz parte do CD “Internacional” da dupla.
Na canção seguinte, “As Quatro Estações”, um espetáculo de luzes no palco. A iluminação mudava a cada estação do ano cantada pelos irmãos no sucesso que estourou em 1999. Nesse momento, o público se esforçava para erguer plaquinhas que imitavam a imagem do Sol, tudo em sincronia com a dupla no palco.
Antes de cantar “Aprender a amar”, Junior falou sobre a importância daquela música e sobre o momento em que ela foi feita – era um momento de descobertas da vida dos dois irmãos.
Na sequência, um megahit: “Imortal”. E novamente o público cantava emocionado, como se estivesse numa máquina do tempo, viajando direto para o final dos anos 90.
Durante a faixa “Libertar”, o telão do palco exibia trechos da letra, enquanto Junior surgia com novo figurino e tocando violão. Aliás, esse show da dupla dá um grande espaço para o Junior mostrar o grande músico que é. Ele canta, dança e toca vários instrumentos durante a apresentação.
E já que esse show é nostálgico, em seguida os fãs foram parar em 1997 – com a música “Eu acho que pirei” – , faixa que faz parte do álbum “Sonho Azul”, o sétimo da carreira da dupla.
Essa música também fez parte da trilha do seriado Sandy e Junior, exibido pela TV Globo no final dos anos 90.
O ambiente quase adolescente continuou no ar, quando veio um medley das faixas: “Beijo é bom” / “Etc… e tal” / “Vai ter que rebolar” / “Dig-Dig-Joy” / “Eu quero mais”.
Depois do clima de festa, com direito às coreografias da época, Junior ficou sozinho no palco e mandou “Enrosca” -, música gravada originalmente em 1977 e que ganhou regravação de Fábio Junior, e de Sandy e Junior, em 2001.
No fim da performance, o chão do palco se abriu e surgiu uma bateria. Era hora do solo de bateria do cantor. Aplaudido e aclamado pelo público, Junior Lima interagiu com a galera, bem emocionado, e aproveitou para anunciar a próxima música do show: “A gente dá certo”.
Nesse momento, ninguém ficou parado no Allianz Parque – era possível enxergar as pessoas dançando até nas arquibancadas.
Depois desse momento de animação, a dupla se sentou na beirada do palco, bem pertinho do público para um momento mais acústico e íntimo: só voz e violão. A dupla cantou: “Você pra sempre (inveja)”, “Ilusão”, “Não ter”, “Era uma vez” e “O amor faz”. Entre uma faixa e outra, Sandy e Junior faziam questão de falar um pouco sobre cada música.
Completando esse momento mais romântico do show, a dupla cantou outro hit: “Inesquecível”. A emoção deles e do público foi tão grande, que Sandy errou até a letra da música. Absolutamente compreensível…
Em seguida, os irmãos cantaram “Super-herói (não é fácil)” e “A Lenda” – , que foi um dos auges do show. O público iluminou todo o estádio com as luzes do celular, criando um efeito espetacular, enquanto Sandy mandava os versos que conhecemos tão bem: “se a lenda dessa paixão, faz sorrir ou faz chorar…”.
A próxima, “Cai a chuva” chegou para tirar a galera do chão, com direito a chuva de papel picado encobrindo o público, que foi ao delírio.
Depois da música, a dupla deixou o palco se despedindo. Então, surgiu no telão mais uma gravação dos irmãos. Dessa vez, eles falaram emocionados sobre a importância dos fãs na vida deles. Foi um momento de muita comoção – , muitos fãs choraram junto com os depoimentos de Sandy e Junior no telão.
A dupla voltou para o famoso BIS e a plateia encheu suas bexigas em formato de coração para anunciar a próxima música, “Quando você passa (turu turu)”. Em seguida, foi a vez da animada “Desperdiçou”, e o show terminou em grande estilo, com o hit “Vâmu Pulá!”. Tudo isso com bolas enormes, bexigas e fogos de artifício ao redor do estádio. Era a festa perfeita.
Um espetáculo delicioso, nostálgico e inesquecível.
No que depender dos fãs, o legado de Sandy e Junior, e tudo o que eles construíram na música, jamais será esquecido, tal qual como diz o verso: “o que é imortal, não morre no final”.
As músicas da dupla ainda vão embalar inúmeras gerações à seguir. Até lá, nós, fãs, seguidores, admiradores, vamos nos sentir privilegiados por termos crescido com Sandy e Junior sendo a trilha sonora de nossas vidas.
Nesse domingo (25), Sandy e Junior se apresentam novamente em São Paulo, no Allianz Parque. Depois a dupla continua a agenda de shows passando por Curitiba (31 de agosto), Manaus (13 de setembro), Belém (14 de setembro) e Porto Alegre (21 de setembro).
Depois de Nova York, nos Estados Unidos, (2 de outubro) e Lisboa, em Portugal (4 de outubro), Sandy e Junior retornam ao Brasil para mais dois shows em São Paulo, nos dias 12 e 13 de outubro, e encerram a turnê no Rio de Janeiro, dia 9 de novembro, no Parque Olímpico.
Confira o setlist:
“Não dá pra não pensar”
“Nada vai me sufocar”
“No fundo do coração”
“Estranho jeito de amar”
“Olha o que o amor me faz”
“Nada é por acaso”
“Love never fails”
“As quatro estações”
“Aprender a amar”
“Imortal”
“Libertar”
“Eu acho que pirei”
“Beijo é bom” / “Etc… e tal” / “Vai ter que rebolar” / “Dig-Dig-Joy” / “Eu quero mais”
“Enrosca”
“A gente dá certo”
“Você pra sempre (inveja)”
“Ilusão”
“Não ter”
“Era uma vez”
“O amor faz”
“Inesquecível”
“Super-herói (não é fácil)”
“A lenda”
“Cai a chuva”
“Quando você passa (turu turu)”
“Desperdiçou”
“Vâmu pulá!”
